Para fins de registro, é importante dizer que as normas de etiqueta giram em torno do bem-estar social, de modo que consigamos manter relações com outras pessoas sem gerarmos desconfortos, desacordos ou algo do tipo.
Partindo da ideia de que estamos vivendo em um momento crítico, em que temos MORTES envolvidas, além das normas básicas das etiqueta social e netiqueta (etiqueta na Internet), ainda precisamos nos atentar às questões específicas do momento.
Então vamos lá:
Não aglomere. Isso é uma questão de sobrevivência. Ainda que precise aglomerar, use os itens de segurança (álcool em gel 70° e máscara, além de tomar cuidado com o distanciamento);
Evite festas, pelo mesmo motivo do primeiro item. Se for, evite postar nas redes sociais, isso pode “queimar” seu filme e gerar uma série de desconfortos com as pessoas que perderam seus entes queridos. Se for e quiser postar mesmo assim, evite fotos com muita gente e use a máscara, isso incentiva as pessoas a utilizarem o item e se protegerem também;
Use máscara, em todos os lugares e se for tirar foto em algum lugar que não seja o seu lar, é interessante estar utilizando o item, reforçando a necessidade do uso dele quando estiver fora de casa;
Caso tenha se ofendido com o colega que postou fotos ou vídeos em festa ou curtindo seu sabadão, evite discussões. Se você perdeu um ente querido ou está respeitando o isolamento, entenda que nem todos farão o mesmo, infelizmente. Caso as postagens te façam mal, silencie-as, é o melhor a se fazer;
Procure máscaras que melhor se adequam ao seu rosto e modelos que garantam o conforto durante a conversação, assim você não precisará tirar o item sempre que for conversar com alguém;
Nunca e jamais poste fake news sobre uso de medicação específica não aprovada pelos órgãos responsáveis, tratamentos alternativos não confirmados e coisas do tipo. Esteja atenta/o às fontes, estamos falando de uma pandemia e mortes estão rolando;
Em restaurantes e cafeterias, ao falar com o garçom, esteja de máscara, se o fizer enquanto come, verifique se os atendentes estão utilizando a máscara;
Independentemente se você não sente sintomas, higienize as mãos sempre ao entrar e sair dos lugares, é uma questão de saúde coletiva;
Respeite a dor dos outros. Caso alguém questione alguma postagem sua em que mostra que você não está isolado, escute, acolha e evite rebater as críticas da pessoa. É um momento de dor coletiva. Caso suas saídas sejam a trabalho, cabe uma explicação, caso ache pertinente;
Se ao postar algo (jamais fake news) em suas redes sociais pessoais, alguém que não conhece a sua realidade decidir comentar de modo desrespeitoso, cabe apagar o comentário;
Evite desfazer amizades, silencie, é o melhor a se fazer;
Em reuniões e eventos online, caso não seja o palestrante, evite delongar demais a sua fala. Até cinco minutos é o aceitável;
Ainda em reuniões e eventos online, assim como na etiqueta social, evite fazer críticas às pessoas que não estejam online. Isso demonstra falta de estabilidade e falta de respeito pelo colega que não poderá rebater o seu apontamento e, com isso, os participantes ficarão somente com a sua versão da questão;
Em reuniões e eventos online, se não estiver falando, mantenha seu microfone desligado sempre, isso ajuda a não dar interferência nas falas do colega;
Evite generalizações, elas pouco funcionam. Nem todos verão coisas positivas durante a pandemia, nem todos saberão lidar com as perdas, nem todos tem condições de manter comida na mesa com a perda do emprego (ainda mais os que trabalham de modo autônomo e/ou informal, sem direito ao seguro desemprego), nem todos terão tempo livre para pensar em projetos de vida. Vivemos em uma sociedade permeada de desigualdades sociais, achar que todos terão as mesmas condições para sair melhores dessa pandemia é uma total falta de consciência de classe, de raça e de gênero.
No mais, mantenha a empatia, sempre e a todo momento. Não gosto da ideia do bom senso, pois é tão abstrato. Seja empático, pense na dor do outro, respeite-a. Isso fará toda a diferença nesse período.
Repito: a etiqueta trabalha com o bem-estar social, não com visões isoladas, falamos de sociedade, grupos e coletivos. Pense no coletivo!
Colaborador Jefferson Sampaio
“Professor no Instituto Federal de Brasília – IFB. Atualmente, realiza pesquisas na área de secretariado, metodologias ativas, educação em direitos humanos, educação para a cidadania e educação de jovens e adultos. Um grande experimentador das sensações da vida”