Um dos maiores desafios para o/a assessor/a executivo/a é reconhecer o que o/a motiva na prática assessorial e, com isso, focar os seus esforços na construção de um plano de carreira que converse com o seu perfil e com os seus objetivos profissionais.
O autoconhecimento é uma peça fundamental para que esse plano funcione. Sendo assim, proponho uma análise por três vias: do sujeito, da profissão e da categoria.
A primeira via de análise considera o sujeito como um indivíduo dotado de personalidade, vivências e habilidades que o moldaram junto às práticas culturais, sociais e históricas nas quais ele esteve e está inserido. Neste contexto, o autoconhecimento busca analisar o que está por trás de algumas atitudes, preconceitos, crenças e valores e, com isso, auxiliar o sujeito na compreensão de alguns traumas, desejos, anseios e gostos. Por meio do autoconhecimento, é possível identificar crenças limitantes que impedem o sujeito de seguir e romper estruturas que não o permitem alcançar a plenitude.
Em relação à primeira via de análise, podemos afirmar que o planejamento de carreira só será plenamente efetivo quando barreiras e crenças limitadoras forem compreendidas e superadas, liberando espaço para que o melhor do sujeito seja potencializado e fortalecido em prol de um objetivo maior.
Já a segunda via de análise refere-se ao autoconhecimento profissional. Nele, a auto-análise se dá no contexto profissional, pensando o sujeito enquanto parte de um estrutura empresarial que por meio do trabalho auxilia no alcance de metas organizacionais e contribui socialmente enquanto ser útil que transforma o meio ao tempo em que se transforma.
Que tipo de trabalho me motiva a ofertar o melhor de mim? Quais são os valores que carrego comigo enquanto profissional? Quais são os valores e fatores que me atraem para eu escolher trabalhar em uma determinada organização?
Como profissional, reflito o meu lugar no mundo dos negócios. Quais habilidades e competências eu preciso desenvolver para desempenhar a atividade profissional no posto que desejo ocupar? É o momento de analisar as habilidades técnicas, atitudinais e relacionais que perpetuam essa atividade e verificar se tenho perfil para ela ou se estou disposto a trabalhar o meu perfil para que eu possa chegar até ela, caso não o tenha ainda.
Para quem já chegou lá, neste posto sonhado e desejado, o desafio é de pensar como esse eu-profissional pode inovar em suas práticas para conseguir maximizar os resultados de minha prática, otimizar o uso dos recursos e mediar situações conflituosas para saná-las e garantir a manutenção do bem-estar organizacional. Para isso, é fundamental conhecer as suas rotinas além do óbvio e compreender as variáveis presentes ao redor delas. As possibilidades de inovação costumam residir nessas variáveis.
A terceira via de análise refere-se ao autoconhecimento da categoria. Nesta via, analisamos o eu sujeito-profissional componente que constitui, e se constitui, uma categoria. Nesse contexto, o compromisso com um coletivo é latente e já não falo somente de minhas práticas, mas das práticas profissionais de um grupo que pode tanto alimentar o respeito por tal grupo, pelo viés da complexidade da prática e dos resultados que ela produz, como reproduzir práticas e discursos limitantes que impactam diretamente no senso comum por trás do fazer profissional deste coletivo.
Nessa terceira via, a minha ação não é solta, isolada, mas tece micro fios que compõem uma grande teia que sustenta a profissão no mundo corporativo. É sobre como podemos inovar enquanto coletivo e garantir a manutenção dos nossos postos de trabalho.
A história confirma o alto poder de adaptação do profissional que presta assessoria, desde a época dos escribas temos nos reinventado periodicamente. A questão agora é pensar o que o futuro nos exigirá. Se chegamos até aqui, chegaremos até a próxima fase. Que cheguemos juntos e rompendo toda e qualquer crença limitante, preconceito e discursos que nos impedem de sermos mais.
Por Jefferson Sampaio
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