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Por outro lado, o pai se ressentia porque o filho não fazia as tarefas, não colaborava com a organização ou com a limpeza da casa e, além de tudo, não estudava e não trabalhava. Os dois viviam sozinhos desde que a mãe os deixara logo que o filho tinha seis meses.
Em todos esses anos sempre viveram bem, entretanto, de uns tempos para cá, nada mais funcionava. A cumplicidade antes presente em todas as atividades que faziam juntos agora se chocava num antagonismo perceptível na presença um do outro. Depois de algumas acusações para lá e para cá o filho disse:
– Pai você não me entende. Sou um adolescente e preciso do meu espaço. Da minha privacidade. O mundo não me entende!!!
Uma cena que, provavelmente, se repete em muitos lares pelo mundo, geração após geração, na relação entre pais e filhos. Não há nada de novo no conflito. O pai admitia que não entendia o filho nessa fase, porém o que o assustava era a sua postura frente à vida.
– Onde já se viu? Adolescente com quase vinte anos? Com essa idade eu já namorava sério e trabalhava. Meu avô já era responsável por manter uma família aos vinte... Retrucou irritado.
– O mundo não te entende? E quem disse que o mundo precisa te entender? O mundo não vai parar por tua causa… Complementou.
O pai disse que a conversa terminou por ali. Assim, passaram os últimos cinco dias sem conversar. Escutei o desabafo do pai. Não disse nada, mas o meu diálogo interior foi ativado. Sem julgar um ou outro, certo ou errado, nem bom ou ruim, concordei com o pai quando ele disse que o mundo não vai parar para o filho, assim como não parou para ninguém.
Portanto, acredito que cabe a cada pessoa entender o mundo para nele se posicionar. Qual é o meu papel no mundo? O que posso contribuir? O que espero receber? Creio que entender que o mundo não vai parar por minha causa é fundamental para saber ser e estar nele, fazendo dele um lugar melhor com a minha presença.
Na perspectiva do indivíduo para a organização, saber avaliar onde posso contribuir mais para estar bem com os meus objetivos é um passo dado rumo a realização pessoal. Trata-se de um processo de retroalimentação positiva. Em suma, entender que o mundo não vai parar por ninguém e que ele, igualmente, não é justo, permitirá que cada um possa se posicionar no mundo sendo justo.
Colunista Moacir Rauber
Blog: www.facetas.com.br
E-mail: mjrauber@gmail.com
Home: www.olhemaisumavez.com.br
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