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Mas não somos preparados para lidar com o caos. Não desenvolvemos mentalidades nem ferramentas necessárias para lidar com contextos tão turbulentos. Existe uma lacuna nesse sentido que clama por soluções. Acreditamos que a educação tem um papel fundamental na construção de uma nova pessoa, mais adaptada e criativa frente a um mundo VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo). Precisamos nos tornar verdadeiros “Pilotos do Caos”.
Esforços para modificar e modernizar nosso sistema educacional tem acontecido desde sempre, mas está claro que a educação nas escolas tem suas raízes conectadas às necessidades de um mundo que não existe mais. Um mundo industrial mais previsível e padronizado com uma mentalidade de comando e controle, mas que não lida bem com a disrupção e inovação, algo muito útil quando precisamos de respostas diferentes para novos problemas e desafios.
O caos em si não significa algo ruim ou uma falta de ordem … o caos é a presença de mais de uma ordem. É mais ou menos o que acontece numa rodoviária enorme como a Tiete em São Paulo, onde milhares de pessoas andam em direções e ritmos os mais diferentes. Isto pode parecer um grande caos, mas não é. Cada pessoa tem um sentido e proposito claro, nada é feito aleatoriamente, e cada uma tem uma direção e uma lógica para suas ações. Quando entendemos e aceitamos essa aparente “falta de ordem” de uma rodoviária começamos a lidar melhor com esse “caos”. O mesmo princípio se aplica ao atual contexto de turbulência que as pessoas, escolas e empresas atravessam no momento presente.
É neste contexto que o DNA da Reinvenção (ver Nadya Zhexembayeba “Chief Reinvention Officer) deve ser fomentado nos alunos das escolas e universidades. É necessário que seja praticado pelos jovens profissionais que iniciam sua vida no mundo corporativo. E deve ser incorporado às melhores práticas corporativas nas empresas que almejam prevalecer num mercado cada vez mais competitivo. Torna-se crucialmente importante construir plataformas de entendimento e diálogo que busquem reinventar a dinâmica da nossa sociedade, atualmente tão polarizada, se quisermos sobreviver como espécie.
Um professor apaixonado em formar bons alunos, boas pessoas e profissionais bem-sucedidos precisa estimular competências de “adaptabilidade” nos mesmos e com isso, ajudá-los a expressar a sua “melhor versão”. Desta forma ele se torna um personagem fundamental no desafio de estimular nos alunos a ideia e prática deste “Mindset de Reinvenção”. Competências técnicas (lógica, razão) assim como competências comportamentais (inteligência emocional) são a base para começar a formar um ser mais completo, mas não são suficientes, pois um mundo em turbulência exige pessoas que se adaptem e consigam pilotar suas vidas e trabalhos de modo a prevalecer no meio do caos.
Para desenvolver o QE e principalmente o QA temos novas disciplinas como o ciclo de aprendizagem experiencial (ver David e Alicia Kolb) que propõe conectar toda aprendizagem à experiência particular de cada indivíduo dentro de 4 dimensões:
Existem também os trabalhos sobre o quociente de adaptabilidade que afirma ser essa uma das melhores competências para os profissionais do futuro (ver Ted Talk da Natalie Fratto).
A Psicologia Positiva (ver Tal-Bem Shahar) com seu modelo SPIRE de saúde e bem-estar global incentiva desenvolver as 5 dimensões humanas (espiritual, física, intelectual, relacional e emocional). Pessoas que deliberadamente buscam elevar seus índices no SPIRE se tornam mais inteiras, resilientes, focadas em propósitos claros. Elas se fortalecem física e emocionalmente e atualizam sua capacidade intelectual. Elas se tornam pessoas mais inteiras para o que der e vier.
É necessário também incorporar e estimular a vivência do mindset de crescimento vs o mindset fixo (ver Carol Dweck). O mindset fixo é uma mentalidade limitada e de inferioridade. Ao contrário do mindset de crescimento, no mindset fixo existe uma limitação de crescimento e sucesso pessoal e profissional — como uma linha imaginária “impossível” de se ultrapassar. Já o mindset de crescimento representa um estado em que buscamos o aprendizado e evolução constantes em nossas vidas e profissões. O mindset de crescimento foca mais no esforço pessoal para evoluir e deve ser estimulado no aluno desde o início da sua vivência escolar.
Com a vida e o mercado em constante transformação, novos processos, atualizações tecnológicas e turbulências, como a atual pandemia, temos que estar sempre evoluindo para encontrar os melhores caminhos. A escola pode e deve plantar a semente do mindset de crescimento desde o início da nossa educação. Só assim podemos começar a nos reinventar e requalificar para qualquer turbulência. Só assim podemos nos tornar verdadeiros “Pilotos do Caos”.
Colaborador Victor Hugo Soler Montalvo
Phoenix Idea Chief Reinvention Officer. Diretor de conhecimento e Marketing. Atua como consultor, facilitador, palestrante, mentor e coach.
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