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A abelha, como metáfora, traz em si qualidades para um aprendiz, como a perseverança, a dedicação, a organização e a humildade. No final do texto perguntei: e a mosca e o zangão? O que podemos aprender com eles? Que trabalhadores são eles e qual analogia serve para nós?
A mosca e o zangão podem nos ensinar como podemos ser aprendizes de diferentes maneiras em qualquer ambiente. Se a abelha é exemplo da aprendizagem organizada e coletiva, a mosca e o zangão podem dar exemplos de aprendizagem no caos e na solidão.
A abelha frequenta o jardim e procura a flor, o belo, e volta com o néctar para a colmeia, o coletivo, para realizar o seu trabalho. A (1) mosca zanza de uma planta a outra sem um paradeiro para encontrar os dejetos, o feio, para cumprir a sua missão.
A mosca encontra os restos de matéria orgânica em cantos ocultos do jardim, transformando-os em adubo para que as flores sejam ainda mais vistosas. Elas aproveitam aquilo que os demais já não querem. Porém, igualmente a abelha, a mosca poliniza outras plantas, contribuindo ainda mais para a continuidade da vida no jardim.
São os analistas de laboratórios que trabalham com os nossos restos orgânicos para que possamos manter a nossa saúde, entre outros exemplos de trabalhos não glamorosos. Entretanto, para exercê-los é preciso aprender e trabalhar no caos para manter a ordem.
O (2) zangão no seu comportamento exibido ao bater as asas para chamar a atenção no meio do jardim, talvez busque espantar a solidão. Ele tem um porte diferenciado das demais abelhas, porém vive uma vida solitária com a única função de garantir a fecundação da abelha rainha. Não produz mel, não interage com outras abelhas e é nascido de um embrião não fecundado. A sua função é solitária desde o nascimento.
Um consultor de empresas entra numa organização, analisa, compila e fornece alternativas para depois sair de cena. Eles quase nunca têm equipes, mas contribuem para o coletivo. São trabalhos solitários e essenciais em nossa sociedade. Portanto, a mosca nos ensina aprender a ordem a partir do caos, enquanto o zangão nos ensina o sentido dos trabalhos individuais, porque ambos refletem no coletivo.
Haja competência emocional para aprender e ensinar como a mosca e o zangão.
Acredito que tudo o que existe tem uma função. Aquilo que não tem mais função vai para o museu, adquirindo nova função. Ninguém é mais ou menos importante por causa da função, mas podemos ser criativos ao desenvolver um novo olhar nos diferentes ambientes e inovar.
Nada se perde, tudo se transforma é a lição da natureza que nos permite aprender sempre num processo de inovação evolutiva.
Se da abelha podemos a aprender a ser aprendizes organizados e coletivos, a mosca e o zangão nos ensinam a sermos aprendizes no caos e na solidão. Porém, é essencial ter em mente o sentido daquilo que se aprende para saber o resultado daquilo que se faz.
Assim, tornamo-nos aprendizes com apreço por aquilo que aprendemos; dedicados para aprofundar o conhecimento e o seu uso; tranquilos mentalmente para ser perseverantes e entender que a paciência é uma virtude do eterno aprendiz. Se for para inovar tem que ser para o bem. É preciso ter uma função.
Abelha, mosca ou zangão? Se eles existem, há uma função. Qual é a sua função?
Colunista Moacir Rauber
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