(Tempo estimado de leitura 2′ 40″ )
“És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo, tempo, tempo, tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo, tempo, tempo, tempo”
Pedimos tanto pelo tempo! Pelo tempo de estar com as pessoas queridas, tempo para descansar, viajar, tempo para suportar uma dor, curar uma perda… enfim tantos são os pedidos pelo tempo!
Sim, somente não imaginávamos que vivenciaríamos um tempo fora do tempo. Um tempo em que não escolhemos para tê-lo. Um tempo interrompido, pois ele não foi determinado por nós e sim imposto. Mas ele nos fez pausar e isso é saudável, por que carregamos “culpas” quando paramos, pois, temos que fazer alguma coisa a todo momento. A severidade do fazer!
Outro dia ouvi a jornalista Leila Ferreira dizer que agora é o tempo de “vir para dentro das gavetas interiores e questionar nós próprios”. E o psicólogo Rafael Santandreu e autor do livro “Para de fazer drama e aproveite a vida” reforça a sua fala quando menciona que “O princípio ativo da felicidade está dentro de nós, não na realidade externa. E não perceber isso – repetidamente – é o germe da fraqueza emocional”.
E com esse “pit stop” inesperado, podemos fazer a pergunta do poema de Carlos Drumond de Andrade:
“E agora José
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José”?
Não sabemos como lidar com o coquetel de sentimentos que este tempo está nos proporcionando: medo, tristeza, perdas, incertezas, mas estamos tendo a oportunidade de perceber nossos horizontes e perspectivas. Considero que é uma fase de descobrimentos e por que não (re) descobrimentos que resultará na transformação do nosso mindset, organização das nossas atitudes mentais.
Se me perguntar se tenho alguma prescrição sobre tudo isto responderei simplesmente que não. O que posso adiantar é que todas as vezes que sinto o vazio de não ter o que fazer, penso naquilo que queria tanto e que o tempo me roubava. Apenas um exemplo: ficar mais próxima de minha família, principalmente da minha filha adolescente! Quanto aprendizado temos passado uma para outra! Quantos ressignificados para nós duas!
E quando não tenho e não quero fazer nada, fico admirando, da janela do meu quarto, um pedacinho de uma montanha que me mostra a sua altivez e beleza mesmo com a invasão de casas por sua encosta. Enfim, você deverá descobrir o significado deste tempo. E o tempo é “um senhor muito lindo” não deixe de enxergar a sua beleza!!!
Cazuza escreveu e cantou “o tempo não para”!
Então, agora, o maior desafio de nossa vida é não deixar esse tempo parar!
Colaboradora Solange Giorni
Escritora, consultoria, professora e secretária
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