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Além de ser um ritual, trata-se de um procedimento de segurança e de organização, tendo como função a de manter o foco naquilo que é importante. Assim, entendo que no ritual a pessoa, inicialmente, (1) para, (2) olha para si, (3) contextualiza, (4) reflete e (5) expande.
No esporte, antes de remar, me alongo e nesse período me preparo mentalmente para o desafio. Na saída de casa me pergunto: para onde vou? O que vou fazer? Ao repetir esse ritual consigo sair sem deixar a metade daquilo que preciso para trás. No trabalho ao me questionar, “qual é o sentido daquilo que faço?” cumpro um ritual que deixa tudo mais claro.
No retorno para casa me indago: o que levei? O que trago? Antes de entrar em casa faço uma limpeza emocional para não contaminar um ambiente que é sagrado para mim. Ao cumprir com os rituais tenho um dia melhor com a minha família, com os meus colegas de trabalho, com os meus amigos e, principalmente, comigo mesmo. Desse modo, com os rituais tudo fica mais sereno, tranquilo e produtivo com relação àquilo que importa.
Algumas perguntas: todos os rituais são convenientes? Quais rituais manter e quais os rituais que não contribuem para você e sua organização? Qual é o ritual mais importante para você?
Para muitos pode parecer estranho, até piegas, mas o meu ritual preferido ocorre ao entrar numa igreja, templo ou sinagoga. Para mim, estar nesses espaços, que nós culturalmente denominamos como sagrados, representam os passos perfeitos de um ritual de expansão das possibilidades de Ser Humano a partir da centelha divina que nos acompanha. Minha crença. Ao entrar numa igreja e me pôr de joelhos (simbolicamente) diante daquilo que não entendo, percebo a minha dimensão humana de reconhecer-me pequeno e de me valorizar com a importância da individualidade.
Enfim, é essencial entender os rituais para que as pessoas encontrem o sentido daquilo que fazem e do que acontece nas famílias, na sociedade e nas organizações. Assim, o meu ritual mais importante é o tempo que uso para refletir e entender que nem todos os rituais são convenientes, fazendo com que eu exclua da minha rotina os contraproducentes. Da mesma forma, alguns rituais organizacionais devem ser revisados.
Os rituais de passagem nos ajudam ou nos paralisam? Os rituais de renovação engajam ou afastam? Os rituais de integração homogeneizam ou mantêm a unicidade? Os rituais de valorização estimulam ou diminuem?
Portanto, é preciso observar e entender para avaliar se o ritual cumpre com a sua função. Ao parar você se conecta de forma contextualizada? A sua reflexão tem levado a que você aja e se expanda? Enfim, dogmas e crenças à parte, o fundamental é assimilar que o único pecado na nossa conduta é a ausência de amor nas ações e isso está dentro de cada um, nas intenções. Qual será a minha ação? Isso é comigo. Isso é com cada um.
Colunista Moacir Rauber
Blog: www.facetas.com.br
E-mail: mjrauber@gmail.com
Home: www.olhemaisumavez.com.br
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