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De uma boa reflexão, surgiu um paralelo com o Renascimento. Aquele, ocorrido na Europa, de meados do Sec XIV até o fim do Sec XVI. O tal Renascimento marcou uma transição de um período “das trevas”, de Teocentrismo, para um outro de Humanismo e, principalmente, de Antropocentrismo. Ou seja, passou-se a colocar o homem no centro de tudo. Foi um período também marcado pelas descobertas, pela ampliação de horizontes. Inevitável ver semelhanças com os dias atuais.
Depois desse período de trevas e de sofrimento de muitos, durante a pandemia, o homem agora deve viver um novo Renascimento. Fascinado pelo desenvolvimento frenético, estávamos meio que entorpecidos pelas telas mágicas da explosão digital e pelos números hipnóticos dos algoritmos. E, de repente, esse mesmo homem foi obrigado a voltar-se para si próprio – um novo antropocentrismo – e questionar os caminhos do desenvolvimento humano.
O homem teve de acionar um freio de arrumação para poder superar a adversidade e sobreviver. E aí vieram novas descobertas. Obrigado a experimentar novas formas de trabalhar e se relacionar, descobriu que a criação de espaços enormes de trabalho, para onde todos vão para cumprir suas tarefas profissionais do dia a dia, talvez não sejam mais necessários.
Boa parte das pessoas conseguiu cumprir suas funções com a mesma – ou até maior – produtividade, sem sair das suas casas. E, que maravilha, sem precisar passar pelo perrengue diário de horas no trânsito para se deslocar da casa pro escritório e vice-versa. Salas de reuniões pomposas passaram a ser consideradas supérfluas, quando comparadas aos ambientes do Zoom ou do Teams.
O novo renascimento deverá ser marcado pela valorização dos encontros profissionais presenciais, que serão ansiosamente aguardados como um momento excepcional. As reuniões do dia a dia, as interlocuções burocráticas e banais deverão ser cumpridas por intermédio das telas que já fazem parte das nossas vidas.
O novo renascimento deverá encarar o encontro presencial como algo realmente especial.
O banal deverá ser cumprido pelo intermédio de telas, mas o extraordinário será tratado de forma especial, presencial. Nas relações entre pessoas – físicas e jurídicas – deverá haver mais empatia e sensibilidade, com o entendimento de que as soluções devem ser boas para todos e não só para alguns.
Num processo darwiniano, espera-se que os que sobreviverem saiam mais adaptados e resilientes para os momentos adversos que virão – eles sempre vêm, ciclicamente. Que este novo Renascimento traga, enfim, um alento e um horizonte de felicidade para todos.
Colaboradora Alexis Pagliarini
Presidente-executivo da AMPRO (Associação de Marketing Promocional) e especialista em processos de Design Thinking e Criatividade.
linkedin.com/in/alexispagliarini
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