NÃO É UM PARADOXO, É A ESCOLHA!
No final de semana, uma opção é assistir filmes nas diferentes plataformas de streaming disponíveis. Minha esposa preparou a pipoca e eu o chimarrão. Ela foi antes para o sofá e começou a navegar pelas indicações de uma plataforma. Um, dois, três, quatro, dez, vinte ou mais propagandas de filmes visualizadas sem que nenhum despertasse o interesse.
Segue a busca. Por fim, ela desiste frustrada por não haver encontrado nada. Eu assumo o controle e mudo de plataforma. Outra quantidade gigante de filmes disponíveis de temas como comédia, drama, ação, entre outros. A insatisfação me atinge também.
Olho para minha esposa e digo:
– Não tem nada que presta para ver…
Será? Estou convencido de que entre as opções de filmes disponíveis existem aqueles que atenderiam os nossos gostos, entretanto o excesso de oferta gera a indecisão que termina por reduzir a ação da escolha. Acredito que fomos vítimas do “paradoxo da escolha”, que, igualmente, afeta os líderes das organizações frente ao excesso de dados, de informações, de recursos e de ferramentas disponíveis para alavancar o negócio. Esse excesso termina, muitas vezes, em burocracia e paralisia pelo medo da escolha equivocada.
Em que consiste o paradoxo da escolha? Como o secretário executivo pode contribuir com os líderes nesse contexto?
O paradoxo da escolha está baseado num experimento feito por pesquisadores da Universidade de Columbia e Stanford (Sheena Ivengar e Mark Lepper) em que eles montaram duas mesas num supermercado.
Na primeira eles ofereciam vinte e quatro tipos de geleia e na segunda mesa apenas seis. Como resultado constataram que a mesa com mais opções atraía mais pessoas, porém fazia menos vendas. Por que acontece o fenômeno?
Entende-se que há um sentimento de perda e de confusão resultantes do excesso e da abundância das escolhas possíveis. Internamente a pessoa se questiona: “se escolho a geleia de morango e a de chocolate for melhor?” criando um dilema, que gera ansiedade por uma possível escolha equivocada.
Esse dilema pode nos levar a procrastinação que termina na insatisfação. Assim, fazemos a escolha de não escolher.
Os líderes, igualmente, estão sujeitos ao paradoxo da escolha porque estão expostos ao excesso de dados, de informações, de recursos e de ferramentas que podem causar a inércia inibindo, inclusive, a inovação.
Nesse contexto, como o papel do secretário executivo pode ser um diferencial para o líder num mundo sujeito ao “paradoxo da escolha”? É essencial se capacitar para o discernimento. Simples assim? Nada simples, bastante complexo. Entenda-se discernimento com a capacidade de entender, avaliar e de escolher entre diferentes opções com bom senso e clareza.
Desse modo, desenvolver essa competência pode contribuir a que o secretário executivo: (1) filtre as informações evitando a fadiga das decisões do diretor; (2) peneire e desburocratize os processos para que o excesso de etapas não os paralise; (3) selecione ferramentas e recursos que contribuam efetivamente para o negócio; (4) e gere a segurança psicológica necessária para que o diretor esteja confiante das suas escolhas.
Enfim, frente ao excesso de dados, informações, recursos e ferramentas disponíveis no mercador quais são as mais indicadas e essenciais para o próprio negócio? Quais são aquelas que efetivamente podem contribuir? Responder a essas perguntas é o discernimento em ação ao filtrar, peneirar, selecionar e gerar um ambiente em que todos vertam suas contribuições no canal comum da organização.
Enfim, Barry Schwartz no seu livro “O Paradoxo da Escolha” nos mostra que o excesso e a abundância de produtos, recursos, dados e informações podem ser um problema que nos cansa, esgota e até paralisa. Entretanto, não se apregoa que voltemos a ter menos opções, apenas que nós, secretários, nos capacitemos para desenvolver a competência do discernimento em que a abundância seja oportunidade.
Qual seria uma estratégia para aproveitar a abundância?
Por que não indicar e trocar estratégias com os demais secretários?
Por que não começar pelo FISEC 2025?
Para estar nele o paradoxo da escolha não se aplica, porque o FISEC é único!
Moacir Rauber
Escritor | Atleta | Palestrante | secretário Executivo
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